Dia Mundial da Água: desafios da Bacia do Rio Passo Fundo
Programa Comunidades Sustentáveis apoia evento sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Passo Fundo
Por Bruna Scheifler
Evento reuniu acadêmicos, autoridades e especialistas no tema (Foto: Bruna Scheifler)
O Dia Mundial da Água não foi esquecido pelo membros do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Passo Fundo. Eles se reuniram no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UPF com autoridades e especialistas no tema para debater os desafios e as perspectivas para a Bacia. O Presidente do Comitê, professor João Paulo Peres Bezerra, lembrou que Passo Fundo abriga o conjunto de nascentes do Rio Passo Fundo, que dá origem a Bacia. ‘São mais de 30 municípios que integram essa Bacia Hidrográfica, e nós temos alguns problemas ambientais já diagnosticados”. O Professor destacou que isso mostra a importância do debate. “Para construir uma articulação para superar os desafios colocados para a gente aqui na região’, explicou Bezerra.
Representantes de 3 instituições de ensino, UPF, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) se apresentaram no evento, além do Secretário do Meio Ambiente de Passo Fundo, o Engenheiro Ambiental Rubens Astolfi e o Presidente da Agenda 21, professor Ademar Marque.
O Professor da UPF, Dr. Iziquiel Cecchin UPF, falou sobre “Contaminação de Recursos Hídricos e Reúso de Águas”, destacando que Passo Fundo consome cerca 80% do recurso hídrico gastos na região e lança o esgoto sanitário no rio. “A gente reduz muito a capacidade dele de água limpa e acaba adicionando uma água contaminada lá dentro”. Cecchin destacou ainda que apenas cerca de 30% do esgoto sanitário da região de Passo Fundo é tratado. “70% disso acaba chegando, de uma forma ou outra, no recurso hídrico, causando danos e impactos consideráveis”.
As “Interfaces entre Vegetação e Solo na preservação das Águas” foi o tema do professor Roberto Fontanelli da UERGS. Ele ressaltou a importância do uso adequado dos defensivos agrícolas e a proteção do mananciais. “O uso adequado do solo e a cobertura vegetal para a manutenção da qualidade da água é fundamental”. Ele explicou que a contaminação é de difícil identificação e quantificação, mas que é conhecido o fato de que ela existe.
Ainda assim, os riscos para a população não são concretos, segundo João Paulo Bezerra. “O risco principal são as populações que estão em condição de vulnerabilidade socioespacial”, afirma o geógrafo. “Se eles tiverem algum tipo de contato com a água, você pode ter um série de problemas de saúde ambiental”, explica o professor. De acordo com ele, os problemas de saneamento básico e o risco a populações rurais causado pelos defensivos agrícolas são os problemas mais iminentes, mas que não oferecem riscos a população urbana.
Confira o relato dos especialistas vídeo produzido pelo Projeto de Extensão Boas Práticas, Educação e Meio Ambiente Saudável, em parceria com o Núcleo Experimental de Jornalismo da UPF:
