Resíduos Eletrônicos: um risco para o meio ambiente e para a saúde

By on 24 de outubro de 2019 in Especiais, Notícias with 0 Comments

Computadores, celulares e placas podem causar grandes danos quando descartados incorretamente

 | Foto: Arquivo NEXJOR FAC UPF

O descarte correto de resíduos eletrônicos evitam problemas ambientais e de saúde | Foto: Arquivo NEXJOR FAC UPF

Você já trocou de celular neste ano? Ou então de televisão, notebook ou tablet? Mesmo que você não tenha trocado nesse último ano, é provável que não faça muito tempo que tenha feito alguma troca de aparelhos eletrônicos. O Brasil é o país que mais produz lixo eletrônico na América Latina, de acordo com o relatório Global E-waste 2017, da Universidade das Nações Unidas, parte da ONU, e da União Internacional de Telecomunicações. A quantidade chegou a uma 1,5 mil toneladas em 2016.
Esse número se deve, de acordo com o coordenador do Grupo de Estudo e Pesquisa em Inclusão Digital (Gepid), professor Adriano Teixeira, ao barateamento do preço dos aparelhos. “Essa evolução, por exemplo do software, que faz com que tenhamos que comprar outros computadores, ela força a troca. Eles ficam obsoletos muito rápido, nós temos infelizmente um ímpeto consumista”, explica o professor.

Esses materiais muitas vezes são descartados de forma incorreta, como já testemunhou a professora do curso de Química da UPF Clóvia Marozzin Mistura. “Eu já fui a lugares que o pessoal usa de ponto de depósito de lixo eletrônico, e nesses lugares nós encontramos materiais de computador, celulares e também impressoras, muito material de toner usado, que tinha sido descartado perto de riachos, de matas.” Essa atitude é prejudicial para a saúde de todos devido ao processo de decomposição dos materiais que você confere no infográfico criado a partir da explicação da professora:

Conheça os efeitos do descarte incorreto no meio ambiente  | Infográfico: Bruna Scheifler | Supervisão: Marcus Freitas

Conheça os efeitos do descarte incorreto no meio ambiente | Infográfico: Bruna Scheifler

Esse ciclo leva os íons de metal para a cadeia alimentar. “Na forma de água de irrigação ou mesmo na forma de água de abastecimento, onde não houver tratamento que retire esses compostos da água, eles podem chegar até o nosso organismo via ingestão ou mesmo pela pele”. Essa materiais tóxicos e irritantes podem causar até problemas mais graves. “Em uma escala mais preocupante eles causam problemas neurológicos, podem causar acumulação no organismo e podem causar uma série de doenças. Tem alguns estudos que falam de acúmulo de íons de cromo no fígado, alguns outros trabalhos publicados também que falam do mercúrio, cádmio, níquel, que são os íons que podem estar presentes nesses materiais eletrônicos”, explica a professora, que também faz parte do Programa de Extensão Comunidades Sustentáveis, vinculado ao Centro de Ciências e Tecnologias Ambientais (CCTAM) da UPF.

Foto: Bruna Scheifler

A professora Clóvia Mistura destaca a importância da iniciativa pessoal | Foto: Bruna Scheifler

A professora defende que deveria ser aplicado a esses equipamentos a logística reversa. “O ponto comercial que te vendeu o material receba ele de volta e dê o descarte correto”, explica Clóvia. Como isso não acontece, a professora afirma que deve ser tomada a iniciativa pessoal de procurar locais corretos de descarte. “As pessoas devem procurar os órgãos, se na Prefeitura da sua cidade não tem a coleta, procurar onde tem e tentar sempre descartar o material no local correto”.

A coleta digital da UPF é um dos espaços que promove a destinação correta desses materiais. Neste ano, 3.500kg foram arrecadados durante o evento, realizado em maio no Bourbon Shopping, em Passo Fundo. Uma empresa catarinense recolheu o material e para separá-lo e vendê-lo para indústrias. O valor obtido é destinado para a ONG Amor, que presta atendimento para crianças e adolescentes. “A ideia surgiu quando a gente percebeu que as pessoas não estavam sabendo o que fazer com o computador velho, com a impressora velha, com o no-break, com o celular, com o rádio”, contou o professor Evandro Viapiana, coordenador do Programa de Extensão Mutirão pela Inclusão Digital da UPF. Como o material é reciclado, a ação também ajuda a evitar a exploração dos recursos naturais. “Cada peça plástica, de vidro ou metal que você utiliza você deixa de fazer um nova que consome recursos naturais”, descreve Viapiana.

Durante todo o ano os resíduos eletrônicos podem ser entregues diretamente na Secretaria do Meio Ambiente, localizada junto ao Parque Ambiental Banhado da Vergueiro, na Rua Thomé Mendes, nº 183.

Supervisão: Bibiana de Paula Friderichs e Marcus Freitas

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