Não tentar adivinhar temas é a aposta para a redação

Na hora de tentar dar um palpite para a prova de redação a palavra dominante é precaução. Tanto professores de redação, quanto vestibulandos esperam um tema atual, mas acreditam que a grande variedade de assuntos e mudanças na sociedade dificulta a missão de arriscar um tema. “Eu acredito que no tempo que a gente tá, podem cair muito temas amplos. É um tempo de muita mudança”, diz a vestibulanda do curso de Odontologia, Natalia Zioglioli de 17 anos. O Professor Nórton Zimmermann do cursinho pré-vestibular Garra declara que trabalha “numa perspectiva de não arriscar temas, porque é um tiro no escuro. A gente sempre costuma trabalhar na perspectiva de dar instrumentação para o aluno para que independente do tema ele possa se defender”.

Mesmo assim, alguns assuntos foram mais citados do que outros, entre eles “as fake news, notícias postadas, comentadas, sem saber da veracidade dela e todas as suas consequências, diversidade de gênero, relacionamentos, inclusive a questão do preconceito do amor entre as pessoas, as redes sociais, e também a questão ambiental, a questão do lixo, do descarte e da reciclagem” são temas pertinentes, diz a Professora de Redação do curso preparatório  Medi School Tatiana Escobar.

Gisela Lacourt, Professora do Doctor também menciona as Fake news e a política como assuntos possíveis, mas afirma que “a UPF não costuma colocar alguma coisa específica, diretamente o problema, vai estar mais ligado ao comportamento”. O professor Peterson Luiz Silva Professor do Flemming Passo Fundo lembra que “a UPF tem uma tradição de anos de apresentar um tema pertinente, uma discussão sempre muito relevante. Desde as guerras que estão acontecendo no Oriente Médio, até as manifestações brasileiras e os direitos humanos, podem aparecer”

Entre os alunos, fake news, homofobia e até os 130 anos da abolição da escravatura foram citados. “Eu acho que vai ter a ver com alguma que esteja acontecendo no Brasil, como a política, como o que tá acontecendo com movimentos contra homofobia ou coisas do gênero. Eu acho que são as coisas mais comuns e mais polêmicas no momento”, arrisca a candidata a Psicologia Ana Carolina Canali (17) de Tapejara.

Todos os cursinhos, inclusive o Einsteen e o Método, preparam seus alunos para a redação desde o primeiro dia de aula. “Os alunos produzem uma redação por semana”, explica a Professora de Redação Mariane Lazzari do Toten, de Santa Maria. A unanimidade é que o principal é não focar em temas e sim o aluno estar preparado para escrever bem. “O aluno tem que estar bem tranquilo no fato da escrita, estar preparado para escrever qualquer tema. Essa é a nossa principal preocupação”, declara a professora Viviane do Flemming Passo Fundo. E o Professor Peterson destaca que a tradição e preocupação da Universidade “é selecionar alunos que tenham um poder de reflexão, que tenham um poder de crítica”.