A pessoa fotografada e o crescimento da autoestima

By on 25 de maio de 2019 in Saúde para se ver

Exposição Torna-te quem tu és é apoiada pelo Programa de Extensão ComSaúde

O ato de deixar-se fotografar é muito mais do que a captura de uma imagem. É permitir ser visto e reconhecido através daquela fotografia, isso nem sempre é fácil. Seja para uma pessoa cisgênero ou transgênero. O Programa de Extensão ComSaúde foi apoiador da exposição Torna-te quem tu és, do Centro de Referência da Saúde da Mulher e da Saúde da População LGBTQI da Prefeitura Municipal de Sáude.

Torna-te quem tu és partiu da ideia de trabalhar a autoestima através da fotografia, que culminou na exposição fotográfica sobre pessoas transgêneros e como elas se enxergam. Ao longo de meses o projeto foi desenvolvido a partir de encontros, bate-papo com os fotógrafos do Grupo da Foto de Passo Fundo, Guilherme Benck, Rodrigo Deggerone e Stéfanie Telles, a coordenadora do Curso de Artes Visuais, Profª Me. Mariane Loch Sbeghen e a professora dos cursos de Artes Visuais, Jornalismo e Publicidade,  Me. Fabiana Beltrami. Toda a concepção dos retratos, as ideias no formato da exposição, cartazes (a produção dos materiais gráficos foi do Núcleo Experimental de Publicidade e Propaganda da UPF), textos foram criados coletivamente, até que no dia 17 de  maio, no auditório da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), a exposição foi lançada na abertura do evento XXI Congresso Gaúcho de Educação Médica. A coordenadora do grupo, Profª. Dr. Ana Roberta Ceratti, fez uma fala de abertura que tratou sobre a importância da visibilidade das pessoas transgênero. O evento contou com a presença da reitora da Universidade de Passo Fundo, Profª Dr. Bernadete Maria Dalmolin.

A exposição conta com 8 retratos FOTO: AMANDA VESELOSKI

A exposição conta com 8 retratos
FOTO: AMANDA VESELOSKI

Álice Giane Pavão participa do grupo a quase dois anos e conta que “a ideia surgiu da necessidade que a gente via dentro do grupo que os integrantes se vissem de uma forma melhor. Uma forma mais autoconfiante, mais bonita. Eu fui uma das idealizadoras dessa exposição e achei que eles se enxergassem como eu os via – com um potencial de beleza que cada um tem em si”.

Caio Lunardi desde pequeno nunca gostou muito de ficar em frente às lentes. Mesmo sendo uma pessoa extrovertida ser fotografado nunca foi de seu gosto e até então nunca tinha passado por uma experiência de ensaio fotográfico, até agora. “Essa experiência que eu tive foi perfeita, maravilhosa. Eu consegui ver coisas de mim que eu nunca tinha percebido, eu consegui genuinamente gostar das fotos tiradas. Me senti muito bem e tive uma autoestima incrível nesse dia. Foi uma experiência que eu pretendo fazer de novo, para me reconhecer como pessoa.” O rapaz que sempre escapava das câmeras conta que “ Eu me enxerguei de uma forma completamente diferente. Na verdade, pela primeira vez, eu consegui me enxergar. Isso era uma coisa que eu tentava não fazer, porque eu tinha muita vergonha, receio de não gostar do que eu estava vendo e depois dessa sessão de fotos eu consegui me enxergar através do olhar dele sobre mim. Não um olhar de julgamento, nem de ‘ah, uma pessoa trans’, era somente um olhar de uma pessoa para uma pessoa.”

A exposição ficou na UFFS até a sexta-feira, 24 de maio, agora ela está aberta para visitação no hall da reitoria da UPF.

 

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About the Author: Acadêmica do VI nível de Jornalismo e bolsista do Programa de Extensão ComSaúde na área da Comunicação. .

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