Doar sangue é reconstruir sorrisos

By on 16 de novembro de 2018 in Doação de sangue, Especiais

Por Silvia Elizabeth Ruiz Díaz, Eliziana Schulz Glitz e Thaíse Ribeiro de Chaves,  acadêmicas do 6 º do Curso de Jornalismo, disciplina de Técnica de Entrevista orientada pela profª Fabiana Beltrami

 

DSC_0698

Foi por acreditar no poder da solidariedade que, há 25 anos, Emerson Panke se tornou um doador de sangue. Ele começou doando para colaborar com o familiar de um amigo, mas compreendeu a real importância quando o próprio pai necessitou de ajuda. “Eu vi a dificuldade de conseguir pessoas que estejam qualificadas, pois muitos contribuem, porém, alguns não são aprovados na triagem e o número de doares se torna escasso”, conta Emerson.

O gesto solidário também faz parte do cotidiano da Eni Glitz, doadora de sangue há oito anos. A motivação inicial foi para ajudar um amigo com leucemia e foi ajudando o próximo, que Eni descobriu, no teste feito no sangue antes de doar, que tinha ferritina alta. Agora, ela doa a cada três meses para amenizar o problema. Assim, além de contribuir com a própria saúde, acaba ajudando e salvando outras vidas.

Noutro ponto, de acordo com um levantamento feito pela ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 30% dos entrevistados ainda não doam sangue. O motivo? Medo. Para compreender a veracidade deste dado criamos uma enquete onde 42 pessoas participaram. 54% dos entrevistados afirmaram que nunca doaram sangue por medo de passar mal, por falta de informação ou por falta de tempo. Além disso, o medo de agulha, conhecido cientificamente como aicmofobia, prejudica o procedimento da doação e traz outras dificuldades em atividades rotineiras, como a vacinação. Outro fator que compromete a doação é o medo de sangue, o transtorno de hematofobia, que em casos avançados pode criar barreiras como a dificuldade de realizar exames sanguíneos.

Mitos sobre doação de sangue

Os mitos em torno da doação de sangue também perturbam a rotina de muitas pessoas. O receio de contrair alguma doença ou até perder parte do sangue do corpo são exemplos clássicos. De acordo com a assistente social da Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo, Larissa Schons, quando o medo ultrapassa as barreiras do comum e se torna algo mais grave, faz com que a pessoa não seja indicada para a doação, “Para essa pessoa vai ser melhor se ela conscientizar e indicar outras pessoas, se ela tem problema de saúde ela não pode doar, mas pode contribuir sensibilizando novos doadores”, comenta.

Outra questão não aconselhável para doação é quando alguém quer doar para parentes ou amigos por dever, “Muitas vezes essa pessoa vai doar não porque tirou o dia para salvar vidas, mas porque se sente na obrigação. Então, a mesma pode estar nervosa, pensa que necessita doar de qualquer maneira e acaba omitindo informações, não contribuindo para uma doação saudável”, comenta Larissa. Diante desta realidade conturbada por mitos e incertezas, Larissa garante que a falta de informação sobre o assunto precisa avançar, “O fato de estar doando sangue, doando vida e tempo para ir ajudar as pessoas são coisas que devem ser trabalhadas cada vez mais através da sensibilização.” Para a doação de sangue ter um caminho diferente, de esperança, o HSVP realiza projetos como a “Semana do Doador de Sangue” que busca conscientizar a doação e acabar com os mitos e inseguranças que impedem de reconstruir sorrisos, a semana ocorre de 22 à 27 de novembro.

A baixo, você pode acompanhar o infográfico sobre o sangue, feito pelo site G1.

sangue_vale_este

Em entrevista ao programa Bem Estar a hemoterapeuta Cyntia Arrais, explica como funciona e diferencia os tipos sanguíneos existentes. Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/10/quase-90-da-populacao-brasileira-tem-sangue-dos-tipos-e-o.html

Saiba como doar

Para doar sangue basta ter boas condições de saúde e pesar, no mínimo, 50 quilos. É necessário ter entre 16 e 69 anos e menor de idade precisa de autorização e estar acompanhados por um responsável. Quem passou por exames endoscópios precisa aguardar seis meses e no caso de quem fez tatuagem ou piercing, o recomendável é aguardar doze meses.

Em Passo Fundo, a doação pode ser feita através do serviço de hemoterapia do HSVP. Lá, uma equipe multidisciplinar (formada por médicos, hematologistas e hemoterapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, biólogos, bioquímico-farmacêuticos, biomédicos, assistente social, auxiliares de banco de sangue, pessoal administrativo e técnicas de nutrição) estará à disposição para auxiliar no processo de doação. O atendimento funciona de segunda a sexta, das 8h às 15h, sem fechar ao meio dia. Para novas informações basta ligar no número 54 3316-4087. Além disso, é importante lembrar que no HSVP podem doar apenas maiores de 18 anos, conforme política do hospital. Outro ponto de doação é o Hemocentro Regional de Passo Fundo. O horário de atendimento é de segunda a sexta, das 8h às 13h30min, e aos sábados, das 7h às 11h, com agendamento pelo telefone 54 3311-1427.

Para Emerson, citado no início da reportagem, essa reflexão o provoca a continuar: “Cada vez que estou doando lembro-me dos meus filhos e agradeço por terem saúde. Imaginar que posso estar ajudando o filho de alguém é gratificante! O ato de doar pode ser o melhor apoio que uma família recebe quando necessita de ajuda.” E você, tem algum motivo para não ser um doador?

DSC_0708
DSC_0690
DSC_0675
DSC_0653

About the Author

About the Author: .

Subscribe

If you enjoyed this article, subscribe now to receive more just like it.

Comments are closed.

Top